terça-feira, 23 de novembro de 2010

ENTREVISTA COM JONAS PAULO PRESIDENTE DO PT BAIANO

08:14:33

Política

Jonas: PMDB está lambendo ferida Publicada: 23/11/2010 07:51| Atualizada: 23/11/2010 07:50
Lílian Machado

A disputa eleitoral que consolidou a oposição entre o PMDB e o PT baiano já passou há quase dois meses, no entanto as diferenças entre as siglas que um dia foram parceiras persistem e o clima de adversidade política tende a acompanhar as legendas no próximo mandato.
Foi o que deixou claro o presidente estadual do PT, Jonas Paulo ao reagir às declarações do dirigente do PMDB e deputado federal eleito, Lúcio Vieira Lima, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia publicada na edição de ontem.
Segundo Jonas, o PMDB saiu derrotado das urnas estaduais, portanto não há o que se debater com o partido. “O PMDB está ainda lambendo as feridas dele. Eles não fizeram governador, nem senador e elegeram somente dois deputados. Por isso, é melhor deixá-los em paz”, ironizou ao responder as questões levantadas pelo dirigente peemedebista na entrevista.
Em conversa com a Tribuna, Lúcio ressaltou mais uma vez que o ex-candidato do PMDB ao governo, Geddel Vieira Lima, não perdeu as eleições para o governador Jaques Wagner (PT), mas para o presidente Lula, que apareceu na televisão pedindo votos para o petista. O líder do partido no Estado lembrou também as razões da saída da legenda do governo do PT.
“Nós estávamos discordando do projeto de governo da Bahia, da administração, das ideias, e foi isso que nós apresentamos, um novo projeto, tentando conquistar os eleitores, mas não conseguimos.
Fica adiado, mas o PMDB disputa as eleições para um dia chegar lá”, enfatizou. Na entrevista, Lúcio ratificou que o papel do PMDB permanecerá sendo o de oposicionista ao governo Wagner, condição, segundo ele, imposta pelas urnas.
 Por sua vez, o presidente do PT estadual rememorou os fatos e criticou a postura dos peemedebistas. “Eles perderam justamente por isso, porque não entenderam nada do projeto nacional.
Eles não entenderam o que é a aliança de uma liderança nacional. Perderam por causa da ambição e por uma incapacidade de compreender o projeto que estava em curso. O povo da Bahia entendeu, mas eles não entenderam”, disparou.

Disputa na Assembleia

Jonas também ironizou o posicionamento de Lúcio, sobre a disputa para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa, que acontece em 1º de fevereiro de 2011, quando os deputados tomarão posse. Segundo ele, o PMDB na posição de adversário deve discutir a questão com a oposição e deixar que a bancada do governo debata com ela mesma a briga pelo comando na Casa Legislativa.
“E, se depois de conversarem entre si, eles, em sintonia com o plano nacional, estiverem dispostos a discutir conosco, aí tudo bem. O que é preciso ressaltar é que o PT tem a maior bancada do governo”, cutucou.

O presidente peemedebista criticou na entrevista os critérios estabelecidos pelo PT em relação à disputa. “Ora, se (o PT) não quer reeleição, apresente candidato, dispute. O que o PT deveria fazer, se quisesse impedir a reeleição de Marcelo Nilo (PDT), era apresentar candidatura”, afirmou, deixando claro que o PMDB já fechou com o pedetista.
Embora respeite a posição do PMDB, o líder do PT na Assembleia, deputado Paulo Rangel, mandou recado. “Eu respeito a opinião de Lúcio e dos deputados do PMDB, mas o PT tem a sua forma de trabalhar. Respeito a autonomia deles, mas não estamos a reboque de ninguém. Somos o maior partido da Bahia”, frisou.
Ao ressaltar o posicionamento da bancada do PT que, em 2011, estará composta de 14 deputados, Rangel condenou o caminho do processo eletivo na Casa.
“Acredito que a presidência da Assembleia deveria ser trabalhada de forma mais politizada. O que acho estranho é que numa Assembleia onde houve 49% de renovação, as coisas já estejam sendo definidas”, questionou.
Ao ser avisado que o PMDB já teria escolhido apoiar Marcelo, o líder petista minimizou: “Tudo bem. Lógico que o PT está se afastando do tempo de articulação, mas nós não temos pressa. A gente parte sozinho, sem problemas”, concluiu, ressaltando que a sigla pode dizer quem irá apoiar até mesmo no dia da eleição. (LM)
Publicada: 23/11/2010 07:51| Atualizada: 23/11/2010 07:50
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